A Copa do Mundo FIFA 2014 ocorreu no período de 12 de junho a 13 de julho de 2014, nas cidades de São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Cuiabá, Salvador, Recife, Fortaleza, Natal, Manaus, Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro. A segurança operacional do atendimento elétrico às cidades-sede foi um dos desafios que um evento deste porte impôs a todo o setor elétrico brasileiro.
A preparação das atividades referentes aos estudos elétricos para a Copa do Mundo FIFA 2014 teve início em agosto de 2010, quando o Ministério de Minas e Energia – MME, com base na deliberação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE, criou o Grupo de Trabalho para a Copa do Mundo de 2014 – GT Copa 2014, por meio da Portaria MME nº 760, de 30 de agosto de 2010. O Grupo foi criado com o objetivo de conduzir as atividades necessárias para elaboração e acompanhamento do Plano de Ação da Copa 2014, com foco no suprimento de energia elétrica às doze capitais que foram cidades-sede da Copa.
Ao longo de 2014, foi emitido um conjunto de Notas Técnicas para cada cidade- sede, que:
O primeiro conjunto de Notas Técnicas foi emitido em fevereiro de 2014 e identificava as ações possíveis de serem realizadas em cada cidade-sede antes e durante o evento, com e sem as obras cujo cronograma previsto para conclusão era até maio de 2014. O objetivo era garantir o suprimento de energia elétrica com padrões de segurança diferenciados, como os adotados em eventos especiais, em consonância com o estabelecido na Resolução CMSE 001/2005.
Posteriormente, as demais Notas Técnicas foram emitidas contemplando o diagnóstico do sistema, já considerando as obras que efetivamente estariam em operação para o evento, bem como a definição da programação eletroenergética e da operação do SIN para a Copa do Mundo FIFA 2014. Nessas Notas Técnicas foram listadas, para cada cidade-sede, ações identificadas como necessárias, tais como: geração térmica adicional, restrições energéticas e ajustes e/ou novos Sistemas Especiais de Proteção (SEPs), para que as cidades-sede tivessem suas cargas principais preservadas em situações de perda simples e para garantir desempenho diferenciado também em situações de perdas duplas.
Foram destacados alguns pontos fundamentais quanto ao suprimento a cada cidade-sede, tais como:
Durante o período da Copa FIFA 2014, os sistemas de suprimento às doze cidades-sede foram operados com critério de segurança diferenciado, que implicou em elevação de despacho térmico por razão elétrica e instalação de Esquemas de Controle de Emergência específicos para este período. As intervenções realizadas limitaram-se às linhas de transmissão e equipamentos das instalações que colocavam em risco a integridade de equipamentos e vidas humanas. Ressalta-se que esta estratégia mostrou-se adequada e o SIN apresentou desempenho superior ao estabelecido pelos Procedimentos de Rede.
No que diz respeito à operação do sistema, o ONS coordenou ações preparatórias envolvendo suas equipes próprias de diversas áreas e incluindo nesse processo todos os agentes de operação das cidades-sede. Foram realizados estudos dirigidos, testes de recomposição, exercícios simulados e elaborados documentos normativos. Para o período de realização dos jogos, foram definidos reforços das equipes do ONS das áreas de planejamento da operação elétrica, proteção, meteorologia, programação eletroenergética, operação em tempo real, manutenção de Sistemas de Supervisão Controle e infraestrutura dos Centros de Operação, normatização, pós-operação e comunicação. Além dessas ações internas, foram encaminhadas orientações aos agentes de operação e distribuição, proprietários de instalações nas áreas de influência, para prover regime especial de operação, garantindo operação assistida localmente 24 horas por dia.
Durante a competição, a operação realizada no transcorrer de cada um dos jogos foi objeto de análise por parte da equipe de pós-operação, sendo publicados boletins específicos, em que eram analisados os aspectos de continuidade de suprimento e comportamento da carga, influenciados pela mudança dos hábitos de consumo de energia elétrica pela sociedade.