A Operação Elétrica

Horizonte de Médio Prazo

O processo de planejamento da operação elétrica dá origem a dois produtos básicos: o Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo (PEL) e as Diretrizes para Operação Elétrica com Horizonte Quadrimestral (Quadrimestrais).

O PEL 2013 apresentou as avaliações do desempenho elétrico do SIN para o período entre os meses de janeiro de 2014 e abril de 2015, ao passo que o Relatório de Diretrizes da Operação Elétrica detalha, para cada quadrimestre do ano em curso, as medidas operativas necessárias para a operação atender aos padrões e critérios estabelecidos nos Procedimentos de Rede, de forma a compatibilizar as restrições elétricas e o atendimento à carga com as políticas energéticas, visando assim ao menor custo da operação e à máxima segurança operativa do SIN.

Os estudos avaliaram o desempenho das interligações regionais, a conexão dos grandes blocos de geração e de sistema isolados, a necessidade de geração térmica decorrente de restrições na transmissão e o atendimento às áreas elétricas do SIN. Como resultado, foi proposta a adequação do cronograma das obras programadas às necessidades do SIN, com as soluções operativas e a mudança de topologia da rede.

O PEL 2013 subsidiou a identificação das ações necessárias para garantir maior confiabilidade para as cidades-sedes da Copa do Mundo Fifa 2014: São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Cuiabá, Manaus, Salvador, Recife, Natal, Fortaleza, Porto Alegre e Curitiba. Foram identificadas a necessidade de geração térmica adicional, restrições energéticas e adequações e/ou novos Sistemas Especiais de Proteção (SEPs), para que as cidades-sedes mantenham o suprimento em situações de perda simples e para garantir desempenho diferenciado mesmo com perdas duplas.

Foram realizadas ações para viabilizar o aumento das capacidades operativas dos dois circuitos da LT 440 kV Araraquara - Araraquara 2 e da LT 500 kV Araraquara -Araraquara 2, que visam minimizar as restrições na transferência de energia das usinas do Complexo do Madeira pelos bipolos de corrente contínua para a região Sudeste, tendo em vista o atraso da entrada em operação do sistema receptor planejado para escoamento da potência dessas usinas.

Os estudos quadrimestrais têm como foco subsidiar a elaboração das Instruções de Operação utilizadas na coordenação da operação do SIN. É também avaliado o desempenho dos SEPs em operação, indicando a necessidade de revisão ou desativação dos existentes e a instalação de novos. Definem a necessidade de geração térmica por restrições elétricas, bem como os limites de transmissão nas interligações regionais e para as áreas geoelétricas.

Nos estudos de 2013, destacaram-se a busca de alternativas para atendimento à região oeste do Pará, conhecida como Tramoeste, e o suprimento a Cuiabá. Nos dois casos, foram apresentadas alternativas conjunturais para proporcionar maior segurança e confiabilidade ao sistema de suprimento às duas regiões, até a entrada das respectivas soluções estruturais ainda não licitadas.

Em junho de 2013, foi feita a integração ao SIN do Estado do Amazonas, com a implantação da interligação em 500 kV Tucuruí-Macapá-Manaus. Em novembro de 2013, entrou em operação o primeiro bipolo Porto Velho – Araraquara 2, permitindo o escoamento das usinas do Complexo do Madeira para a região Sudeste.
Quanto aos aspectos relacionados à segurança elétrica operacional, o ONS tem coordenado diversas ações em conjunto com os agentes, de modo a diagnosticar as principais fragilidades do SIN e indicar as providências a serem tomadas para revitalizar as instalações existentes, adequando-as aos padrões de segurança estabelecidos nos Procedimentos de Rede.

O Plano de Modernização de Instalações (PMI) é elaborado pelo ONS com os agentes e, em conformidade com a Resolução Aneel nº 433/2011, apresenta um conjunto de obras necessárias para manter a adequada prestação do serviço pelas concessionárias de transmissão. O Plano também relaciona as melhorias e reforços que devem ser implementados pelos geradores e distribuidores. O PMI elaborado em 2013, contemplando o período entre 2013 e 2016, recomenda a implantação de 346 obras de revitalizações, todas para empresas de transmissão.


Horizonte de Curto Prazo

Ao longo de 2013, o ONS desenvolveu estudos e implantou medidas conjunturais que possibilitaram operar a rede elétrica em conformidade com os critérios de continuidade, confiabilidade e qualidade de suprimento estabelecido nos Procedimentos de Rede, conforme destacado a seguir:

  •  Análises de cerca de 40.000 intervenções no SIN, tendo sido garantida a segurança sistêmica durante os períodos de realização dessas intervenções.
  • Implantação e acompanhamento do desempenho de esquemas de religamento automático de linhas de transmissão do SIN, de forma a garantir a continuidade do serviço com aumento da confiabilidade.
  • Otimização dos sistemas de controle de geradores, para assegurar o adequado amortecimento das oscilações eletromecânicas e evitar a perda de sincronismo na ocorrência de perturbações.
  • Definição dos Sistemas Especiais de Proteção, de modo a garantir a segurança operativa do SIN, mesmo na ocorrência de contingências múltiplas.
  • Definição de novos corredores de recomposição fluente do SIN, bem como a atualização dos existentes, para acelerar a normalização do suprimento após perturbações.

Foram realizados testes para a integração de equipamentos associados ao sistema de transmissão das usinas de Santo Antônio e Jirau. Foram comissionadas 17 unidades geradoras do Complexo do Madeira. Em 27 de novembro, foi concluído o comissionamento das Estações Conversoras da subestação coletora Porto Velho e da subestação Araraquara, disponibilizando-as para a operação.

Em novembro, foram concluídos os testes de energização dos equipamentos do novo ponto de suprimento pela Rede Básica das regiões de Grande Goiânia, Anápolis e oeste do Estado de Goiás, que consiste na disponibilização das obras associadas à subestação Trindade 500/230 kV - 3x400 MVA. A entrada em operação dessas obras comporta o crescimento do mercado sem a necessidade de geração térmica nas usinas destas regiões.

Ao final de 2013, foram estabelecidos novos limites de recebimento pelo Nordeste, objetivando assegurar que não haja risco de colapso naquela região, caso ocorra a abertura das interligações do Nordeste com o restante do SIN.

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