No Brasil, desde a instituição em 2002 do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), vem se verificando um interesse crescente pelas fontes de energia eólica. Em 2005, o Brasil tinha cerca de 30 MW de capacidade instalada. Em 2011, chegou a 1.509 MW. Em dezembro de 2013 atingiu o marco de 2.047 MW e até 2017 serão instalados mais 6.430 MW, constituindo-se assim em um dos mercados mais promissores para geração de energia eólica nos próximos anos.
A implantação de uma grande quantidade de parques eólicos nas regiões Sul e Nordeste demanda soluções estruturais robustas na Rede Básica para viabilizar o escoamento de sua produção. Além disso, requer o desenvolvimento de projetos que visem aprimorar o processo de previsão de geração eólica com vistas à sua programação e despacho. Por outro lado, a intermitência e a sazonalidade da geração eólica impactam diretamente a operação sistêmica, requerendo ações de controle e/ou medidas operativas suplementares para garantir a segurança operacional.
Diante deste desafio, a Diretoria do ONS criou um grupo de trabalho voltado às eólicas, visando a organização do processo e a estruturação de uma solução sustentável para a implantação de usinas eólicas no SIN. Esse grupo integra, de forma corporativa, todos os estudos e análises sobre geração eólica em curso na organização, com o objetivo de assegurar a integridade, unicidade e robustez dos resultados a serem obtidos.
Paralelamente, o ONS vem participando do comitê internacional GO 15, que reúne os dezesseis maiores operadores de sistemas elétricos no mundo, responsáveis pelo atendimento a mais de 70% da demanda mundial de energia elétrica. Um de seus grupos de trabalho dedica-se à integração das novas fontes de energia renováveis. O ONS assumiu a coordenação de uma das forças-tarefas desse grupo, que enfoca os aspectos de segurança sistêmica associados à penetração da geração eólica nos sistemas de potência.