A realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil em 2014 envolve vários setores da economia e da gestão pública e privada, demandando o planejamento de sua infraestrutura e a coordenação de sua logística, de modo a garantir sua realização com sucesso.
Com base em deliberação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), o MME coordena um grupo de trabalho, criado em 2010, constituído por oito forças-tarefa. Coordenadas pela EPE e pelo ONS, as forças-tarefa são responsáveis por elaborar um Plano de Ação com as medidas necessárias para assegurar o fornecimento de energia elétrica às cidades onde serão realizados eventos durante a Copa do Mundo de 2014.
Em 2011, as forças-tarefa realizaram um diagnóstico do desempenho dos sistemas de suprimento às cidades-sede, considerando as obras já previstas pelo planejamento para 2014 e os critérios convencionais de expansão utilizados pelo setor elétrico.
Um workshop específico sobre previsão de carga foi realizado, por ser esta uma informação fundamental para a avaliação do desempenho elétrico do sistema. Na ocasião, foi analisada a experiência de outros países que sediaram Copas do Mundo com relação ao impacto do evento na demanda de eletricidade. Foram também avaliados com as concessionárias de distribuição diferentes cenários de demanda, em função da expectativa de aumento das atividades socioeconômicas em decorrência da maior ocupação da rede hoteleira nas cidades, durante o período de realização dos jogos.
Devido à repercussão mundial da Copa do Mundo de Futebol, foram realizadas análises e avaliações com critérios diferenciados para garantir maior segurança ao suprimento de energia às cidades envolvidas, suportando inclusive contingências múltiplas. Para atendimento a essa situação, foram priorizadas medidas operativas, incluindo despacho térmico. Levando em conta uma avaliação econômica, foi decidido que apenas as cidades de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Curitiba terão reforços estruturais em suas redes. Deve ser ressaltado que foi considerado um horizonte de análise estendido, de modo a garantir que as soluções apontadas estivessem coerentes com a evolução do sistema no médio e longo prazo.
Para alcançar esse nível de segurança diferenciado, foi proposto um conjunto de medidas operativas, com foco na programação da operação elétrica e energética, as quais deverão ser consolidadas até 2013, a fim de dotar o sistema das condições operativas mais adequadas no período da Copa do Mundo.
Em julho de 2011 foi produzido um Relatório Síntese das atividades das forças-tarefa, contendo o conjunto de obras consideradas estratégicas para garantir as condições de atendimento desejadas para cada cidade-sede, cuja execução será acompanhada de forma especial pelo MME.
Como resultado dos trabalhos das forças-tarefa, um Plano de Ação estabelece as medidas a ser adotadas pelo MME, a Aneel, as Secretarias estaduais, o ONS e as empresas geradoras, transmissoras e distribuidoras, para que as obras que abrangem a rede básica, a rede básica de fronteira, as demais instalações de transmissão, a rede de distribuição e as obras do Plano de Modernização de Instalações de Interesse Sistêmico sejam concluídas dentro dos prazos previstos.