Para o Operador Nacional do Sistema Elétrico, 2009 foi um ano de resultados significativos, obtidos tanto com o aprimoramento de sua participação na rede de agentes e de seu relacionamento com as instituições ligadas à gestão do sistema elétrico brasileiro, como na evolução de seus processos técnicos e corporativos, quanto na execução de suas atribuições finalísticas, de administrar a transmissão, planejar a operação e exercê-la de forma centralizada, buscando garantir a segurança ao menor custo.
No âmbito externo, o ONS participou ativamente do estabelecimento do estatuto do Very Large Power Grid Operators Association – VLPGO. Sua formatação jurídica própria cria as bases para o desenvolvimento de trabalhos conjuntos, com rateio de seus custos entre os membros participantes, além de definir uma política de troca de informações e conhecimentos entre eles. A estabilidade de seu funcionamento transforma o VLPGO em um fórum privilegiado para a troca de experiências na gestão de grandes sistemas elétricos, o que trará gandes benefícios para seus integrantes.
O ONS também intensificou em 2009 a atuação na CIER a partir de sua participação no Projeto CIER 15, que analisa as possíveis transações de energia entre as regiões Andina, América Central e Cone Sul. Além disso, na reunião do Comitê Central da CIER, realizada em novembro de 2009 em Madri, o Diretor Geral do ONS foi conduzido ao cargo de Primeiro Vice-Presidente da CIER para o período 2009/11.
No âmbito nacional, o Operador aprimorou o relacionamento com seus 235 Agentes Associados, com as associações setoriais, com a ANEEL e as demais agências reguladoras que têm relação com o setor, como a ANA e a ANP, com a EPE e a CCEE, e com o Ministério de Minas e Energia. Neste ponto, é necessário registrar que a colaboração e a atuação integrada com todas essas organizações foi um fator preponderante para os resultados positivos apresentados neste relatório. Outro destaque de 2009 foi a ampliação do conjunto de instituições que participaram do processo de elaboração do planejamento estratégico do ONS que, nesse ciclo 2010-2014, contou com a colaboração dos Agentes Associados e de suas associações, autoridades do setor, agências reguladoras e parceiros estratégicos nas universidades, centros de pesquisa e consultorias.
Vale ainda ressaltar que em 2009 foram assinados dois acordos operacionais da maior importância para o ONS, com a EPE e com a ANA, estabelecendo novas diretrizes para o relacionamento e intercâmbio de informações técnicas.
No que diz respeito à evolução dos processos técnicos e corporativos do Operador, merecem destaque em 2009:
A continuidade do atendimento energético foi mantida, com a região Sudeste/Centro-Oeste suprindo uma parte significativa dos requisitos da região Sul durante o primeiro semestre de 2009, tendo sido necessário para tal, em períodos mais críticos, recorrer ao despacho de geração térmica complementar. No segundo semestre do ano, a melhoria das condições hidrológicas permitiu que todas as regiões atingissem níveis de armazenamento, ao final do período, bem mais elevados que os registrados em 2008.
A operação da rede elétrica foi conduzida em conformidade com os critérios de continuidade, confiabilidade e qualidade de suprimento estabelecidos nos Procedimentos de Rede. A segurança no atendimento elétrico alcançada em 2009 pode ser traduzida pelo indicador de robustez do SIN: em 96,8% das perturbações, os cortes de carga verificados foram inferiores a 100 MW. Esses indicadores mantiveram-se nos mesmos níveis dos anos anteriores, mesmo levando-se em conta o crescimento da rede de transmissão.
Enfrentamos em 10 de novembro uma ocorrência de grande porte, com o desligamento de 40% da carga total do SIN e um tempo médio de recomposição de 222 minutos nas regiões mais afetadas. Embora tenha sido uma contingência tripla atípica, de baixíssima probabilidade de ocorrência, os sistemas especiais de proteção atuaram de forma correta e os esquemas de ilhamento evitaram a propagação do problema, tendo as regiões Norte e Nordeste desligamentos de cerca de 7% da carga pela atuação dos Esquemas Regionais de Alívio de Carga, enquanto a região Sul teve preservada praticamente a totalidade de sua carga. A análise do evento indicou várias ações que já estão sendo implementadas para aprimorar a segurança do SIN.
No tocante à administração da transmissão, o ONS conseguiu agregar mais eficiência e eficácia aos processos de estudos de acesso, de proposição de ampliações e reforços, de gestão dos contratos e de apuração mensal de serviços e encargos.
Em paralelo a essas medidas, deu-se continuidade às ações para a permanente atualização dos recursos tecnológicos e de infraestrutura. Em especial, prosseguiram os estudos das melhores soluções para a ocupação pelo ONS de instalações físicas mais adequadas e padronizadas no Rio de Janeiro, em Florianópolis e no Recife.
Além disso, buscou-se sempre criar oportunidades para aprimorar a capacitação técnica e o desenvolvimento humano dos colaboradores do ONS, promover a gestão do conhecimento e o desenvolvimento tecnológico, com plena consciência de que as pessoas são, em última análise, os verdadeiros responsáveis pelo cumprimento, com êxito cada vez maior, das funções institucionais da organização. A elas nosso muito obrigado, em nome da Diretoria do ONS.
Hermes J. Chipp
Diretor Geral do ONS