Para o Operador Nacional do Sistema Elétrico, 2009 foi um ano de resultados significativos na execução de suas atribuições finalísticas, de administrar a transmissão, de planejar a operação e exercê-la de forma centralizada, buscando garantir a segurança ao menor custo. Para tanto, contribuíram o aprimoramento de sua participação na rede de agentes e de seu relacionamento com as instituições ligadas à gestão do sistema elétrico brasileiro, bem como a evolução de seus processos técnicos e corporativos.
A continuidade do atendimento energético foi mantida, com a região Sudeste/Centro-Oeste suprindo uma parte significativa dos requisitos da região Sul durante o primeiro semestre de 2009, tendo sido necessário para tal, em períodos mais críticos, recorrer ao despacho de geração térmica complementar. No segundo semestre do ano, a melhoria das condições hidrológicas permitiu que todas as regiões atingissem níveis de armazenamento, ao final do período, bem mais elevados que os registrados em 2008.
A operação da rede elétrica foi conduzida em conformidade com os critérios de continuidade, confiabilidade e qualidade de suprimento estabelecidos nos Procedimentos de Rede. A segurança no atendimento elétrico alcançada em 2009 pode ser traduzida pelo indicador de robustez do SIN: em 96,8% das perturbações, os cortes de carga verificados foram inferiores a 100 MW. Esses indicadores mantiveram-se nos mesmos níveis dos anos anteriores, mesmo levando-se em conta o crescimento da rede de transmissão.
Enfrentamos em 10 de novembro uma ocorrência de grande porte, com o desligamento de 40% da carga total do SIN e um tempo médio de recomposição de 222 minutos nas regiões mais afetadas. Embora tenha sido uma contingência tripla atípica, de baixíssima probabilidade de ocorrência, os sistemas especiais de proteção atuaram de forma correta e os esquemas de ilhamento evitaram a propagação do problema, tendo as regiões Norte e Nordeste desligamentos de cerca de 7% da carga pela atuação dos Esquemas Regionais de Alívio de Carga, enquanto a região Sul teve preservada praticamente a totalidade de sua carga. A análise do evento indicou várias ações que já estão sendo implementadas para aprimorar a segurança do SIN.
No que diz respeito à evolução dos processos técnicos e corporativos do Operador, merecem destaque em 2009: a aprovação em caráter definitivo dos Procedimentos de Rede; o desenvolvimento de metodologia para cálculo dos indicadores de segurança energética; a continuidade do processo de aprimoramento dos modelos de planejamento da operação energética; o aprofundamento da análise da redução do número de submercados do SIN; a consideração de modelos de correlação chuva-vazão para o cálculo das previsões de afluências nos estudos hidrológicos de planejamento e programação da operação energética; a implantação de um esquema especial de proteção inédito, envolvendo as unidades geradoras de Itaipu e Tucuruí, que aumenta a segurança do sistema; o início das atividades do projeto da Rede de Gerenciamento de Energia do ONS – REGER; a interligação ao SIN dos sistemas isolados dos Estados do Acre e de Rondônia.
O Operador aprimorou o relacionamento com seus 235 Agentes Associados, com as associações setoriais, com a ANEEL e as demais agências reguladoras que têm relação com o setor, como a ANA e a ANP, com a EPE e a CCEE, e com o Ministério de Minas e Energia. A atuação integrada com todas essas organizações foi um fator preponderante para os resultados positivos apresentados neste relatório. Vale ainda ressaltar que em 2009 foram assinados os acordos operacionais com a EPE e com a ANA, estabelecendo novas diretrizes para o relacionamento e intercâmbio de informações técnicas.
Além disso, buscou-se sempre criar oportunidades para aprimorar a capacitação técnica e o desenvolvimento humano dos colaboradores do ONS, promover a gestão do conhecimento e o desenvolvimento tecnológico, com plena consciência de que as pessoas são, em última análise, os verdadeiros responsáveis pelo cumprimento, com êxito cada vez maior, das funções institucionais da organização. A elas nosso muito obrigado, em nome da Diretoria do ONS.
Hermes J. Chipp
Diretor Geral do ONS