O atendimento energético no SIN e a operação da rede elétrica foram conduzidos em 2013 conforme os critérios de segurança e economicidade dos Procedimentos de Rede e, em situações específicas, de acordo com as diretrizes do CMSE e da ANEEL.
O verão de 2013 foi caracterizado por uma condição de neutralidade da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no Pacífico Equatorial e um atraso no início do período chuvoso. As afluências ao longo do ano situaram-se em torno da média nos subsistemas Sudeste / Centro-Oeste e Norte, acima da média no Sul e significativamente abaixo da média histórica no Nordeste.
As condições hidrológicas vigentes não permitiram que os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste (62,5%), Sul (60,3%) e Nordeste (48,8%) recuperassem suas capacidades máximas de armazenamento no final de abril. Em novembro, no término do período seco, foram alcançados os seguintes níveis de armazenamento: 41,6% no Sudeste/Centro-Oeste, 22,2% no Nordeste e 33,3% no Norte. A região Sul fechou o ano com 57,7% de armazenamento.
Considerando este cenário, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE manteve o despacho pleno do parque térmico (nuclear, carvão, gás e combustível líquido) até o mês de abril e, a partir de maio, promoveu redução parcial do despacho das térmicas a combustível líquido de maior custo, totalizando cerca de 400 MW.
Durante o período seco, foi observado um quadro recessivo das afluências nos subsistemas Norte e também no Nordeste, que registrou o terceiro pior período seco de todo o histórico disponível (1931-2012). A partir de maio, a melhoria das condições hidroenergéticas nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e Sul levou o CMSE a promover o desligamento total das usinas térmicas a combustível líquido a partir do mês de julho, representando redução adicional de cerca de 3.850 MW.
O despacho total de geração das usinas térmicas a combustível nuclear, carvão e gás (grupo GT1A) permaneceu no período de julho a agosto de 2013. A partir de setembro, com a implementação da metodologia CVaR nos modelos Newave e Decomp, seus resultados passaram a determinar o despacho térmico nos Programas Mensais de Operação (PMO) e suas revisões.
Em julho de 2013, foi feita a integração ao SIN do Estado do Amazonas, com a implantação da interligação em 500 kV Tucuruí-Macapá-Manaus. Em novembro de 2013, entrou em operação o primeiro bipolo Porto Velho – Araraquara 2, permitindo o escoamento das usinas do Complexo do Madeira para a região Sudeste.
Quanto aos aspectos relacionados à segurança elétrica operacional, o ONS tem coordenado diversas ações em conjunto com os agentes, de modo a diagnosticar as principais fragilidades do SIN e indicar as providências a serem tomadas para revitalizar as instalações existentes, adequando-as aos padrões de segurança estabelecidos nos Procedimentos de Rede.
O Plano de Modernização de Instalações (PMI) é elaborado pelo ONS com os agentes e, em conformidade com a Resolução Aneel nº 433/2011, apresenta um conjunto de obras necessárias para manter a adequada prestação do serviço pelas concessionárias de transmissão. O Plano também relaciona as melhorias e reforços que devem ser implementados pelos geradores e distribuidores. O PMI elaborado em 2013, contemplando o período entre 2013 e 2016, recomenda a implantação de 346 obras de revitalizações, todas para empresas de transmissão.
Ao longo de 2013, o ONS desenvolveu estudos e implantou medidas conjunturais que possibilitaram operar a rede elétrica em conformidade com os critérios de continuidade, confiabilidade e qualidade de suprimento estabelecido nos Procedimentos de Rede, conforme destacado a seguir:
Foram realizados testes para a integração de equipamentos associados ao sistema de transmissão das usinas de Santo Antônio e Jirau. Foram comissionadas 17 unidades geradoras do Complexo do Madeira. Em 27 de novembro, foi concluído o comissionamento das Estações Conversoras da subestação coletora Porto Velho e da subestação Araraquara, disponibilizando-as para a operação.
Em novembro, foram concluídos os testes de energização dos equipamentos do novo ponto de suprimento pela Rede Básica das regiões de Grande Goiânia, Anápolis e oeste do Estado de Goiás, que consiste na disponibilização das obras associadas à subestação Trindade 500/230 kV–3x400 MVA. A entrada em operação dessas obras comporta o crescimento do mercado sem a necessidade de geração térmica nas usinas destas regiões.
Ao final de 2013, foram estabelecidos novos limites de recebimento pelo Nordeste, objetivando assegurar que não haja risco de colapso naquela região, caso ocorra a abertura das interligações do Nordeste com o restante do SIN.