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8.3Bacia do rio Doce
Seleção das estações fluviométricas utilizadas no projeto

De um total de 269 estações fluviométricas com dados disponíveis, foram pré-selecionadas inicialmente 102 estações fluviométricas de interesse deste estudo. Após um refinamento da pré-seleção de estações fluviométricas, baseado na representatividade das estações (localização na bacia, extensão dos registros e qualidade dos dados até então recebidos e analisados), foi definido um conjunto de 54 estações fluviométricas principais, apresentadas na Tabela 8.3, que constituiu a base de dados fluviométricos submetidos à análise de consistência para serem utilizados na reconstituição das séries de vazões naturais nos locais dos aproveitamentos hidrelétricos.

Tabela 8.3 - Estações fluviométricas selecionadas para a bacia do rio Doce
Análise dos cotagramas

Em algumas estações, as divergências entre os cotagramas ocorriam esporadicamente e, aparentemente, surgiram em função de erros nas leituras de régua. Em alguns casos, não foi possível solucionar essas inconsistências, o que, no entanto, não chega a comprometer a qualidade geral desses postos, conforme descritos a seguir:

Em outras estações, durante os estudos realizados, verificou-se um número maior de inconsistências que não puderam ser corrigidas, o que pode levar ao comprometimento dos dados dessas estações. São elas:

Foram identificados alguns casos em que as inconsistências ocorrem em um pequeno período de operação em comum dos postos analisados, isto é, enquanto uma estação estava entrando em operação, a outra estava sendo desativada, tendo sido observadas durante as seguintes análises:

Estabelecimento das curvas-chave

De uma maneira geral, a qualidade das medições de descarga recebidas para a maioria dos postos é boa. Apenas os ajustes realizados para as estações Fazenda Paraíso (56240000), Rio Piracicaba (56610000), Ferros (56775000), Barra do Cuieté (56940000) e Colatina (56994500) exigiram que uma maior quantidade de medições fosse desprezada, o que, no entanto, não chegou a comprometer a qualidade dos dados desses postos.

No caso específico da definição e ajuste das curvas-chave da estação Baixo Guandu (56992000), observou-se que as medições de descarga apresentam grande dispersão, o que indicaria a existência de 24 curvas para períodos de validade diferentes. Além disso, foi realizada uma maior quantidade de descartes de medições recebidas, quando comparada com os outros postos. Essa condição provavelmente é consequência de uma calha fluvial com fundo móvel.

Para algumas estações, foram disponibilizadas curvas-chave ajustadas pelas entidades responsáveis pela estação e, também, pela ANA ou ANEEL, apresentando ligeiras diferenças apenas no ramo extrapolado. Nesses casos, foi realizada uma avaliação da qualidade do ajuste das curvas recebidas, optando-se pela que apresentasse melhor ajuste. Caso ambas mostrassem bons ajustes, foi dada preferência àquela curva ajustada pela entidade responsável pela estação.

Algumas vezes, as curvas fornecidas por essas entidades só cobriam uma parte do período de operação do posto, tendo sido ajustadas novas curvas para os outros períodos. A seguir, são descritos os motivos que justificaram novos ajustes:

Durante a reconstituição das séries de vazões naturais na bacia do rio Doce, a única alteração necessária, relativa às curvas-chave definidas durante reunião realizada no ONS, que contou com a participação da Comissão de Acompanhamento do Projeto, foi para o posto de Naque Velho (56825000). A curva válida para o período entre 04/12/1980 e 13/01/1992 teve seu prazo estendido para 02/04/1994. Por consequência, a curva válida para o período seguinte também teve seu período de validade alterado, passando a ser válida desde 14/01/1992.

O quadro resumo das Curvas-chave, apresentado no Anexo 6, contém, para as estações fluviométricas da bacia do rio Doce consideradas principais para o estudo, informações sobre os ajustes e respectivos períodos de validade.

No mesmo anexo, encontram-se, ainda, figuras ilustrativas das curvas-chave estabelecidas, que foram extraídas dos arquivos digitais em Excel, elaborados por estação.

Séries fluviométricas consistidas nas estações fluviométricas selecionadas

A maioria dos problemas identificados nos fluviogramas estão diretamente associados aos problemas encontrados nos cotagramas.

Outras inconsistências encontradas, sobretudo em nível diário, podem ser explicadas pelos efeitos de propagação das vazões entre duas ou mais estações.

Nos casos de inconsistências persistentes por longos períodos observadas entre fluviogramas de estações próximas, buscou-se rever as curvas-chave dos postos.

Na comparação conjunta do fluviograma da estação Resplendor (56948000), ou Resplendor-Jusante (56948005), com fluviogramas de estações vizinhas, como Tumiritinga (56920000) e Barra do Cuieté (56940000), ou Barra do Cuieté-Jusante (56940002), foram observadas inconsistências, mesmo em nível mensal, que não puderam ser resolvidas por mudanças nas curvas-chave.

Essa situação também foi observada na análise conjunta dos postos Colatina (56994500), ou Colatina-Jusante (56994502), com Resplendor (56948000), ou Resplendor-Jusante (56948005), São Sebastião da Encruzilhada (56990000) e Baixo Guandu (56992000).