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8.16Bacia do rio Paraguaçu
Seleção das estações fluviométricas utilizadas no projeto

A bacia do rio Paraguaçu, até seu desemboque na Baía de Todos os Santos, drena uma área de aproximadamente 54.700km². Sua rede hidrometeorológica é composta por 106 estações fluviométricas, sendo que continuam em operação, segundo o banco de dados Hidroweb, 91 estações. Desse total, cinco estão relacionadas com a Resolução ANEEL 396, sendo quatro estações utilizadas no modelo de previsão de vazões da UHE Pedra do Cavalo.

Após uma análise baseada na representatividade das estações (localização na bacia, extensão dos registros e qualidade dos dados recebidos), foi definido um conjunto de estações principais, totalizando 13 postos fluviométricos, que constitui a base de dados fluviométricos submetidos à análise de consistência para serem utilizados na reconstituição das séries de vazões naturais no local do aproveitamento hidrelétrico.

Tabela 8.20 - Estações fluviométricas selecionadas para a bacia do rio Paraguaçu
Análise dos cotagramas

Verificou-se, para certas estações, a existência de algumas inconsistências descritas a seguir:

Estabelecimento das curvas-chave

Para a maioria das estações, foram recebidas apenas curvas-chave ajustadas pela ANA. Considerou-se, para algumas curvas-chave recebidas, necessária uma revisão nos ajustes por diversos motivos, conforme apresentado a seguir:

Não foram recebidas curvas-chave relacionadas às estações Macajuba (51310000), Timbora (51380000) e Pedra do Cavalo (51490000), tendo sido ajustadas curvas às medições recebidas.

A estação Timbora (51380000) tem apenas 15 medições, sendo 13, no período inicial de medições, entre dezembro de 1939 e janeiro de 1940, e apenas 2, em 1967. Adotar a curva-chave ajustada para todo o período de leituras de régua da estação resultou em muitas inconsistências nos fluviogramas. Com isso, esse posto foi posteriormente descartado.

Séries fluviométricas consistidas nas estações fluviométricas selecionadas

A maioria dos problemas identificados durante a análise dos fluviogramas estão diretamente associados aos problemas encontrados nos cotagramas.

Outras inconsistências encontradas, sobretudo em nível diário, podem ser explicadas pelos efeitos de propagação das vazões entre duas ou mais estações.

Nos casos de inconsistências persistentes entre fluviogramas de estações próximas, buscou-se rever as curvas-chave dos postos.

Na comparação do fluviograma da estação Iaçu (51280000) com os fluviogramas de estações vizinhas, como Fazenda Santa Fé (51330000), Argoim (51350000), Ponte Paraguaçu (51360000) e Pedra do Cavalo (51490000), foram observadas muitas inconsistências distribuídas por todo o histórico, mesmo em nível mensal, que não puderam ser resolvidas por mudanças nas curvas-chave. Por isso, o posto Iaçu (51280000) foi descartado, não tendo sido usado como referência tanto na análise de consistência dos dados como na reconstituição de vazões naturais.

A comparação entre as séries de vazões das estações Fazenda Santa Fé (51330000) e Argoim (51350000) apresentou inconsistências que não puderam ser resolvidas. Para o período a ser reconstituído, setembro de 1985 a dezembro 2007, foram identificadas 58 incrementais negativas (21%). O posto Argoim é a principal referência fluviométrica para a geração da série de vazões da UHE Pedra do Cavalo, sendo o posto mais próximo do seu reservatório de Pedra do Cavalo. Dispõe de medições de descarga de 1949 a 2008, apresentando uma condição estável com uma única curva-chave válida para todo esse período. Durante as análises de consistência com o posto mais próximo, Ponte Paraguaçu, de mesma área de drenagem, ele não apresentou inconsistências. Por essas razões, o posto Argoim foi considerado como uma referência adequada.

Na comparação entre os fluviogramas das estações Argoim (51350000) e Pedra do Cavalo (51490000), foram identificadas vazões incrementais inconsistentes que não puderam ser corrigidas.

O posto Pedra do Cavalo foi desativado antes do enchimento do reservatório, portanto, em período que não coincide com o período da reconstituição de vazões naturais da usina. Esse posto foi utilizado apenas como referência para transferir a série de vazões mensais de Argoim para o local da usina, pelo estabelecimento de equações de correlação entre os dois postos no período comum de observação. Para isso, os meses identificados como inconsistentes foram excluídos do estabelecimento das correlações, de modo a evitar perturbações na série gerada para a usina. O detalhamento e os gráficos dessas correlações estão apresentados no capítulo 6.

Na comparação entre os fluviogramas da estação Riachão do Jacuípe (51440000) e da estação Ponte Rio Branco (51460000), foram observadas inconsistências, mesmo em nível mensal, que não puderam ser resolvidas por mudanças nas curvas-chave. Essas inconsistências não poderão ser refletidas na série gerada da UHE Pedra do Cavalo, visto que a metodologia adotada não utiliza nenhum desses postos.