A+ A-
Voltar para o menu
Anterior
Próxima
Imprimir
10.9Bacia do rio Uatumã
UHE Balbina

A área do reservatório da UHE Balbina no NA máximo normal é de aproximadamente 2.360km2. A variação de 1cm nesse nível corresponde a 48,0% da vazão média de longo termo.

Nessa bacia, existe ainda a UHE Pitinga, localizada a montante de Balbina, no rio Pitinga, com 25MW de potência instalada, que controla aproximadamente 16% da área de drenagem que contribui para Balbina.

A UHE Balbina tem potência instalada de 250MW, com cinco turbinas Kaplan de 50MW cada uma. No dia a dia da usina, a operação procura manter a geração limitada a 200MW, para facilitar a regulação do sistema carga/frequência, já que as outras usinas do sistema são pequenas e trabalham na base.

Os níveis d'água máximo e mínimo normais do reservatório são 51m e 46m, respectivamente. No entanto, em períodos de estiagem muito severa, o reservatório pode deplecionar muito, como ocorreu em março de 1998, quando o NA baixou até 40,88m.

O enchimento do reservatório da UHE Balbina teve início em outubro de 1987, sendo que o primeiro registro de nível d'água informado é de 1º de janeiro de 1988. A geração começou em fevereiro de 1989.

Além da ausência de dados no início do enchimento, de outubro a dezembro de 1987, os dados operativos diários apresentam outra falha de maio de 1998 a abril de 1999, com exceção dos meses de janeiro e fevereiro de 1999.

Junto à tomada d'água, na barragem, existe uma régua e um sensor de nível d'água com telemetria, além de um pluviômetro. A estação de jusante está muito próxima da saída das máquinas, o que pode gerar turbulência em determinadas condições de geração. Além disso, nas duas estações, as réguas instaladas para leitura visual apresentam escalas graduadas muito pequenas, o que deve diminuir a precisão na leitura dos níveis.

No trecho a jusante de Balbina, o rio Uatumã parece sofrer influência do rio Amazonas, o que torna importante o monitoramento desse trecho para verificar se o canal de fuga da usina está completamente livre de remanso.

A estimativa da vazão afluente é feita pelo balanço hídrico do aproveitamento. Como a área do reservatório é muito grande, qualquer diferença no registro do nível d'água pode resultar em um grande erro na estimativa da afluência. Por isso, o agente substitui a vazão afluente calculada pela média móvel das vazões afluentes dos últimos sete dias.

Para a análise de consistência das vazões afluentes da UHE Balbina, não haviam postos para serem utilizados como referência de montante, porém foi utilizado, como referência, o posto Base da Siderama (16200000), na bacia do rio Jatapu, vizinha à bacia do rio Uatumã. Como referência de jusante, foi utilizada a série de vazões diárias do posto fluviométrico Cachoeira Morena (16100000), no rio Uatumã.

A análise de consistência dos dados diários permitiu identificar alguns níveis do reservatório inconsistentes, assim como alguns valores informados de vazões vertidas, turbinadas ou defluentes. Os dados foram então corrigidos, eliminando-se os problemas.

Observa-se, do início do histórico até junho de 1995, que o hidrograma de vazões afluentes diárias informadas apresenta grande variabilidade de um dia para o outro, ou seja, não apresenta uma forma suave, talvez associada à precisão de cálculo decorrente da interpolação na curva cota-volume. A partir de julho de 1995, o hidrograma de vazões afluentes informadas foi suavizado com a média a móvel dos últimos sete dias.

A forma do hidrograma da vazão defluente diária informada acompanha razoavelmente a do hidrograma da vazão de referência a jusante, no entanto, em períodos chuvosos, o pico do hidrograma defluente apresenta valores superiores ao da referência a jusante. A estação fluviométrica Cachoeira Morena, em operação desde 1973, tem um incremento de apenas 6,4% de área em relação à usina, mas um trecho fluvial com comprimento superior a 35km entre os dois locais, o que poderia explicar as aparentes inconsistências. Entre os dois locais, tanto pode ocorrer o amortecimento do hidrograma defluente da usina como a ocorrência de chuvas intensas na área incremental, gerando eventuais picos no hidrograma da estação de referência não observados na usina. Por outro lado, essa é a única estação a jusante com dados disponíveis.

Após a consistência dos níveis e do cálculo das vazões afluentes por balanço, verificou-se a diferença entre a vazão afluente calculada/consistida e a informada, constatando-se diferenças significativas em nível diário, que ficam bem menores em nível mensal.

A vazão defluente informada acompanha razoavelmente a referência de jusante, sem sugerir problemas nos dados de defluência da usina.

Não foram identificados erros sistemáticos ou mesmo acidentais nas vazões turbinadas ou vertidas.

A curva-chave do canal de fuga e os pontos de vazões defluentes x níveis d'água de jusante históricos informados apresentam um comportamento bastante adequado, tendo sido necessário consistir apenas o nível de jusante informado para os dias 1º/11/1991 e 10/12/1997.

Para checar a consistência da vazão turbinada, foram estimados os rendimentos diários a partir de vazões turbinadas diárias, níveis do reservatório, níveis de jusante e da geração diária.

Observa-se que os rendimentos variam numa faixa de 0,85 a 0,95, ficando frequentemente em torno de 0,90. Foram encontrados rendimentos diários estimados superiores a 1, o que ocorreu, na maioria das vezes, em dias de vazões turbinadas baixas. Os valores superiores a 1,5 foram verificados, tendo sido alterados pela correção da vazão turbinada ou por outro dado qualquer.