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10.5Bacia do ribeirão das Lajes
Reservatório de Lajes

Formado entre os anos de 1905 e 1908, o reservatório de Lajes localiza-se nas vertentes da Serra do Mar, entre os municípios de Piraí e Rio Claro. Destaca-se como o maior reservatório de água doce do Estado do Rio de Janeiro e está localizado a aproximadamente 80km da cidade do Rio de Janeiro.

Como na área do entorno da Região Metropolitana do Rio de Janeiro não existem mananciais de água significativos, foram construídas, no início da década de 40, duas adutoras, com capacidade total de 5,5m³/s, para fins de abastecimento público, utilizando águas provenientes do reservatório de Lajes, após serem turbinadas pela usina hidrelétrica de Fontes. Devido às condições de preservação ambiental do reservatório de Lajes e a excelente qualidade de sua água, o fornecimento de 5,5m³/s é mantido até hoje.

No período entre 1940 e 1958, o reservatório de Lajes sofreu quatro alteamentos sucessivos, passando a cota de coroamento da barragem de 404,00 m para 432,00m.

Atualmente, o reservatório de Lajes opera com o nível d'água máximo normal na cota 415,00m, embora já tenha sido operado até a cota 421,75m, conforme os dados operativos recebidos.

O reservatório regulariza vazões do ribeirão das Lajes e do rio Piraí (derivação do reservatório de Tócos pelo túnel Tócos-Lajes), alimenta a usina Fontes Nova e exerce ainda a função de reserva estratégica da Light no caso de ocorrer interrupção no bombeamento em Santa Cecília.

Foram observados valores negativos nas vazões afluentes informadas, que puderam ser corrigidos pelo ajuste do nível d'água do reservatório. A análise de consistência dos dados diários permitiu identificar os níveis do reservatório inconsistentes, assim como alguns valores informados de vazões defluentes. Os dados foram então corrigidos, eliminando-se os problemas.

No mês de abril de 1996, foram identificadas grandes diferenças entre as vazões defluentes, provavelmente associadas à apropriação dos dados ou erros de digitação, os quais foram corrigidos.

Para a reconstituição das vazões naturais do aproveitamento de Lajes, a consistência da série de vazões afluentes ao reservatório de Lajes exclusivamente pelo ribeirão das Lajes, calculada por balanço hídrico subtraída do desvio Rosário, foi verificada com o auxílio de uma modelagem chuva-vazão. Foram selecionados os períodos operativos de outubro de 1931 a janeiro de 1975 e de outubro de 1994 a junho de 2004, como sendo aqueles mais consistentes para calibrar o modelo chuva-vazão. Os eventuais valores negativos identificados nas vazões mensais afluentes pelo ribeirão das Lajes foram descartados da calibração.

Na modelagem, foram utilizados dados de precipitação mensal nos postos pluviométricos Barragem Tócos, Vargem (Ralo Coletor), Fazenda Santa Rosa e Elevatória Santa Cecília. As eventuais falhas de observação dos postos pluviométricos foram preenchidas considerando a correlação entre eles.

Posteriormente, para o período completo de 1931 a 2004, a série de vazões naturais obtida com o balanço hídrico do reservatório, calculado a partir dos dados operativos, foi comparada com a série de vazões naturais obtida com a simulação, utilizando o modelo chuva-vazão. Isso possibilitou a identificação de alguns períodos inconsistentes na série de vazões afluentes ao reservatório como contribuição exclusiva do ribeirão das Lajes (vazão afluente total subtraída da vazão aduzida pelo túnel de Tócos).

Nos períodos identificados como inconsistentes, a série obtida por balanço hídrico do reservatório não foi utilizada na reconstituição de vazões naturais de Lajes.

Os principais períodos considerados inconsistentes vão de fevereiro de 1975 a novembro de 1984 e de agosto de 1987 a abril de 1994. Em outros meses, as vazões afluentes com contribuição exclusiva do ribeirão das Lajes ficaram inconsistentes devido a valores resultantes praticamente nulos ou negativos. Isso ocorreu nos seguintes meses: outubro de 1944; outubro de 1945; agosto de 1961; setembro de 1963; dezembro de 1963; setembro de 1964; setembro de 1966; novembro de 1968; outubro de 1985; novembro de 1985; julho de 2002; outubro de 2002; e março de 2004.

UHE Pereira Passos

Nos anos de 1962 e 1963, foi implantada a usina hidrelétrica de Pereira Passos, com 100MW de capacidade instalada (duas unidades de 50MW cada), tendo, como afluência, as vazões turbinadas nas usinas Fontes Nova e Nilo Peçanha, além da vazão proveniente do reservatório de Lajes subtraída da parcela que supre as duas adutoras da CEDAE (máximo de 5,5m³/s).

A UHE Pereira Passos é a última fronteira do Complexo de Lajes com o rio Guandu, a partir do qual é suprida a Estação de Tratamento de Água do Guandu, da CEDAE, principal fonte de suprimento de água da população da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Foram observados alguns valores negativos nas vazões afluentes informadas, que puderam ser corrigidos pelo ajuste do nível d'água do reservatório. A análise de consistência dos dados diários permitiu identificar os níveis do reservatório que estavam inconsistentes, assim como alguns valores informados de vazões vertidas, turbinadas ou defluentes.

Cabe destacar o mês de novembro de 1986, para o qual as vazões turbinadas informadas são nulas, porém houve geração. O que sugere um possível erro na apropriação dos dados. Provavelmente, esses dados vieram das vazões vertidas, em vez das vazões turbinadas. Os dados identificados como inconsistentes foram então corrigidos, eliminando-se os problemas.

Foram utilizados, como referência de jusante, os dados informados de vazão da estação UHE Pereira Passos Jusante (59311000). Na comparação da série de vazões defluentes da UHE Pereira Passos com a série de vazões afluentes ao posto UHE Pereira Passos Jusante, foram identificadas vazões incrementais negativas, em nível mensal, que não puderam ser resolvidas.

De qualquer modo, os problemas observados não serão refletidos para as séries de vazões naturais, visto que a metodologia de reconstituição das séries de vazões naturais para a UHE Pereira Passos não prevê a utilização desses dados.