A+ A-
Voltar para o menu
Anterior
Próxima
Imprimir
6.3Bacia do rio Tietê

Características fisiográficas e climáticas

A bacia do rio Tietê está localizada no Estado de São Paulo entre os paralelos 20º 30´ e 24º 00´ e as longitudes 46º 00´ e 51º 40´. A bacia do rio Tietê desenvolve-se preponderantemente na direção Leste-Oeste, com nascente junto à Serra do Mar e com a foz no rio Paraná, com uma área de drenagem até a usina hidroelétrica de Três Irmãos de 71.221km2.

Na região das cabeceiras do rio Tietê, junto à Serra do Mar, as precipitações médias anuais atingem 3.500mm, decrescendo rapidamente no sentido do escoamento e atingindo 1.500mm na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). No sentido do desenvolvimento do rio Tietê, ocorre um decréscimo gradual dos totais precipitados no sentido Leste-Oeste, atingindo 1.186mm/ano em Lussanvira, junto à foz do rio Tietê.

O rio Tietê recebe, pela margem direita, os rios Piracicaba, seu principal afluente, Jacaré-Pepira, Jacaré- Guaçu e Ribeirão dos Porcos, enquanto, pela margem esquerda, destaca-se o rio Sorocaba.

Quanto aos usos dos recursos hídricos, merecem destaque as sub-bacias do Alto Tietê e do rio Piracicaba. A RMSP está localizada na sub-bacia do Alto Tietê, com um sistema hídrico complexo e dinâmico.

Os sistemas produtores da RMSP são formados por reservatórios de usos múltiplos, incluindo abastecimento urbano, geração de energia, controle de cheias, recreação e preservação ambiental. Sua função principal é a regularização das afluências para abastecimento de água na RMSP. Os principais sistemas hidráulicos que controlam as afluências da bacia do Alto Tietê são descritos a seguir.

Alto Tietê e rio Claro

Os reservatórios que compõem atualmente o sistema hidráulico do Alto Tietê são aqueles formados pelas barragens de Ponte Nova, Jundiaí e Taiaçupeba. Estão em fase de construção as barragens de Paraitinga e Biritiba.

Esse sistema descarrega suas águas na Estação de Tratamento de Águas de Taiaçupeba, servindo, então, ao Sistema Adutor Metropolitano.

O Sistema Hidráulico do Rio Claro utiliza as águas do rio Claro, é composto pelo reservatório de Ribeirão do Campo, que alimenta a Estação de Tratamento do Rio Claro, também conhecida como ETA Casa Grande.

Guarapiranga-Billings, Grande e Cotia

O Sistema Guarapiranga-Billings, Grande e Cotia caracteriza-se como de uso múltiplo, uma vez que serve para abastecimento urbano, geração de energia, controle de cheias, recreação e preservação ambiental.

O Sistema Billings é composto, em linhas gerais, do canal do Pinheiros, da estação de bombeamento de Pedreira, do reservatório de Billings, do reservatório de Pedras e da UHE Henry Borden.

O reservatório de Guarapiranga constitui-se em um dos principais mananciais da RMSP. Suas águas são conduzidas para a ETA do Alto da Boa Vista (ABV), abastecendo as regiões sul e sudoeste da RMSP. Para reforçar esse manancial, a SABESP utiliza um bombeamento do rio Capivari cujas águas são aduzidas para o reservatório de Guarapiranga. Em 1999, a SABESP implantou uma estação elevatória junto ao braço do rio Taquacetuba no reservatório de Billings, que permite o bombeamento de até 4 m3/s.

Na porção superior do rio Grande, formador do reservatório de Billings, foi implantada, em 1982, uma barragem que separou o braço do rio Grande do corpo principal. Nas margens do denominado compartimento do rio Grande, foi implantada uma elevatória de água bruta que alimenta a ETA do Rio Grande.

Por sua vez, o Sistema Cotia utiliza as águas do rio Cotia. Na porção alta da bacia, foram implantados os reservatórios de Pedro Beicht e Graças cujas vazões regularizadas são aduzidas para a ETA Alto Cotia ou Morro Grande. Na porção média/baixa da bacia, foram implantadas duas barragens – Isolina Superior e Isolina Inferior - cujas águas abastecem a ETA do Baixo Cotia.

Cantareira

O Sistema Cantareira teve seu início de operação em 1975 e resume-se na transposição das águas do alto rio Piracicaba para a bacia do Alto Tietê, representando o principal manancial de abastecimento da RMSP.

Características dos aproveitamentos hidroelétricos da bacia

A bacia do rio Tietê destaca-se por ser umas das pioneiras na produção de energia hidroelétrica no Brasil, com obras implantadas no início do século XX. A Tabela 6.4, a seguir, apresenta as principais obras hidráulicas da bacia do rio Tietê de montante para jusante, com destaque para as usinas hidroelétricas e as respectivas datas de início de enchimento e de operação.

É interessante observar que a implantação dos aproveitamentos hidroelétricos do rio Tietê teve uma sequência cronológica que se desenvolveu de montante para jusante.

Tabela 6.4 - Aproveitamentos da bacia do rio Tietê