A análise das informações tratadas graficamente tornou possível a identificação de algumas inconsistências, as quais, após a correção, passaram a ser rotuladas como dado alterado. Na Tabela 10.2, mostra-se o percentual de dados alterados por categoria, em cada aproveitamento, o que se constitui em um índice de qualidade para a informação disponibilizada. O maior índice de alteração recai sobre a vazão defluente (QD), motivado pelo fato de a soma da vazão turbinada com a vazão vertida, ambas informadas, não coincidir com a vazão defluente também informada.
Em Jurumirim, ao compararem-se as vazões afluentes fornecidas pelo agente e as calculadas por balanço hídrico, chama a atenção certa discrepância na faixa de valores inferiores a 800m3/s. Uma explicação plausível para essa situação pode estar na constatação que, muito provavelmente, foram utilizados ajustes distintos para a curva cota-volume, refletindo-se em diferenças no cálculo atual do balanço hídrico.
Na análise regional, nota-se que a pequena área incremental entre Jurumirim e Piraju leva ao aparecimento frequente de vazões incrementais médias mensais negativas no trecho. A verificação complementar, com as afluências ao reservatório de Chavantes, próximo reservatório a jusante, sugerem a validação das vazões defluentes de Jurumirim, em substituição às vazões observadas no posto Piraju. Reforça essa decisão o fato de as vazões, em Piraju, serem resultantes de uma ou, no máximo, duas leituras diárias de nível, o que não reflete a variação da vazão turbinada correspondente à curva de carga adotada em Jurumirim.
Em Chavantes, não se observam diferenças significativas entre os valores de vazão afluente fornecidos pelo agente e de vazão afluente calculados, nos quais somente pequenas diferenças são observadas na comparação entre as baixas vazões. Essas diferenças também podem ser explicadas por eventuais usos de ajustes distintos para a curva cota-volume.
Os fluviogramas simultâneos traçados entre vazões das bacias incrementais Jurumirim-Chavantes e Chavantes-Salto Grande, aliados às análises das curvas de permanência adimensionais obtidas para essas sub-bacias, demonstram uma boa qualidade dos dados operativos nesse aproveitamento.
Apesar de a usina de Salto Grande ter entrado em operação em 1958, só dispõe-se de informações operativas a partir de 1968. A análise das informações disponíveis mostra uma boa coerência, não se identificando, pela análise local, diferenças significativas entre os valores informados e os calculados. A análise regional, por meio de hidrogramas simultâneos e de curvas de permanência, também atestam a boa qualidade dos dados fornecidos.
Os dados operativos de Canoas II, disponibilizados pelo agente, mostram-se consistentes na medida em que não se observam diferenças significativas entre os valores informados e os calculados. Na comparação com os aproveitamentos vizinhos, o comportamento das vazões decorrentes da operação também é compatível, apesar de se perceber muitos meses com incrementais negativas, fruto da pequena área de drenagem das bacias incrementais. A série pequena de informações disponíveis é responsável por diferenças verificadas quanto à aparência das curvas de permanência.
O aproveitamento de Canoas I também apresenta dados operativos consistentes entre si. O comportamento das vazões afluentes, obtidas por balanço hídrico, acompanha as variações de defluência impostas pelo aproveitamento de montante, bem como não há indícios de inconsistência para as vazões defluentes, apesar da grande área incremental até o próximo aproveitamento de jusante. As diferenças verificadas na comparação de curvas de permanência podem ser explicadas pelo pequeno tamanho da amostra de dados disponível.
No aproveitamento de Capivara, o índice de produtividade calculado mostra-se bastante variável para faixa de vazão turbinada inferior a 500m3/s e, com o aumento da vazão turbinada, tende a estabilizar-se em torno de 0,40MW/m3.s-1. Apesar dessa aparente discrepância, não se observam divergências entre os valores informados e os calculados para as vazões afluentes e defluentes do reservatório.
A análise dos fluviogramas simultâneos não revela inconsistências em Capivara, observando-se que os picos de vazão afluente registrados nesse aproveitamento foram originados na bacia incremental Canoas I - Capivara.
Pela análise local dos dados operativos de Taquaruçu, atesta-se a boa qualidade das informações disponibilizadas. A análise regional, prejudicada pelo pequeno tamanho da série de dados, também fortalece o diagnóstico inicial.
O comportamento do índice de produtividade em Rosana é extremamente variável quando associado a pequenas vazões turbinadas. No entanto, essa suposta incoerência não se verifica quando da comparação de vazões afluentes, calculadas por balanço hídrico (ou fornecidas pelo agente operador) e, portanto, em função da defluência diária da usina, e de vazões defluentes do reservatório de montante, durante o período comum de operação das duas usinas. Os demais gráficos utilizados para a análise mostram consistência entre as variáveis correlacionadas.