Projeções do ONS indicam pleno atendimento e melhor perspectiva para o período seco 

Volume de água estocada nos reservatórios é o maior desde 2012 e possibilitou a diminuição de geração térmica 



O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, realizou uma coletiva para imprensa segunda-feira, dia 11 de abril, fazendo um balanço de como foi o período úmido 2021/2022 e antecipando as perspectivas para os próximos meses. Todos esses cenários foram apresentados ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), cuja reunião ordinária aconteceu na quarta-feira, dia 6 de abril.  

Os resultados dos estudos apontam que os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste chegarão, em 30 de novembro, na visão mais otimista, com armazenamento em 62,9%, contra os 34,7% registrados em abril de 2021. Se considerar o pior cenário de precipitação, este mesmo subsistema, deverá chegar em 39,6%, ou seja, 19,9 pontos percentuais (p.p.) mais cheio, se comparado com 2021. 
Para o Sistema Interligado Nacional (SIN), como um todo, o cenário é igualmente animador. O percentual atual é de 71,7% (dados referentes a 10 de abril), nível somente verificado em abril de 2012, quando foi registrado 74,8%.  

“De partida, temos uma situação muito melhor, não diria tranquila porque o setor elétrico tem várias incertezas, como as meteorológicas e os aspectos energéticos. Diferentemente do ano passado, quando o País enfrentou a pior crise hídrica dos últimos 91 anos, as chuvas foram intensas no último período úmido, que vai de novembro a março, e conseguiram elevar o nível de água dos reservatórios”, comemorou o diretor-geral. 

No que diz respeito ao acionamento das térmicas, Ciocchi informou que foi encerrado o despacho por garantia energética. “A expectativa até o final do ano é de trabalharmos apenas dentro da ordem de mérito”, afirmou. O despacho, atualmente, está em cerca de 4.000 MW médios, ou seja, o equivalente a 20% do que estava sendo usado da fonte em setembro de 2021, quando alcançou a marca de cerca de 20 mil MW médios. A tendência é que o despacho térmico médio no período seco, ou seja, de agora até novembro permaneça no patamar de 5.000 a 6.000 MW médios.  

“O ONS compartilha as conquistas pela gestão adotada com toda a governança do setor elétrico, ANA, Ibama, agentes de geração e transmissão pela implementação das ações necessárias, a existência da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg), que foi muito importante, e as reuniões do Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE). Além do bom período chuvoso, fizemos o melhor aproveitamento possível dos recursos hídricos. Os procedimentos operativos foram estabelecidos de uma forma integrada com todos os agentes, o que nos leva a uma situação mais confortável para este ano”, concluiu Ciocchi.

Outro ponto abordado na coletiva foi com relação ao programa de Resposta Voluntária da Demanda, implementada de forma emergencial e com etapas simplificadas no ano passado para poder atender a demanda. A iniciativa foi objeto de consulta pública pela Agência Nacional de Energia Elétrica e ganhará a regulamentação e a robustez necessárias para se tornar mais um importante recurso na operação do sistema.