​Todos os sistemas elétricos do mundo estão sujeitos a interrupções do suprimento em sua operação. A construção de um sistema totalmente imune a falhas exigiria redundâncias de equipamentos e circuitos, com investimentos tão elevados que a tarifa de energia necessária para remunerá-los seria inaceitável pela sociedade.
 
Por isso, no Brasil e em vários outros países, os sistemas elétricos são planejados pelo critério de confiabilidade n-1, segundo o qual eles devem ser capazes de suportar a perda de qualquer elemento sem interrupção do fornecimento. Isso significa que, mesmo que ocorra uma contingência simples, o sistema deve ser capaz de permanecer operando sem interrupção do fornecimento de energia, perda de estabilidade, violação de padrões de grandezas elétricas (frequência, tensão) e sem atingir limites de sobrecarga de equipamentos e instalações.
 
Na operação do SIN, o critério de confiabilidade n-1 é adotado de forma geral. Para alguns pontos do sistema, em especial para os principais troncos de transmissão, adota-se um critério de confiabilidade mais restritivo, envolvendo a perda de dois ou mais componentes. O critério para justificar essa adoção é a comparação entre o investimento adicional em confiabilidade e o impacto socioeconômico causado por uma eventual falha múltipla no suprimento.
 
Entretanto, na operação em tempo real, os sistemas elétricos estão sujeitos a diversas perturbações. A maior parte delas não resulta em corte de carga e não chega a ser percebida pelos consumidores. Um percentual de cerca de 10% das perturbações leva à interrupção do fornecimento, em geral contingências envolvendo a perda de dois ou mais componentes.
 
As interrupções temporárias do suprimento de energia podem ter as mais variadas causas: defeitos de equipamentos, condições meteorológicas adversas (descargas atmosféricas, vendavais e chuvas), queimadas, falhas nos sistemas de proteção e controle, erro humano na execução de serviços de manutenção, erro de operação, dentre muitas outras causas. Podem ter durações diversas: de alguns minutos a muitas horas até o restabelecimento do serviço. Pode ser uma ocorrência isolada, sem reincidência, ou uma sequência de falhas repetidas, em determinada época ou região. A abrangência geográfica também pode variar de um bairro, ou uma cidade, até vários estados sendo afetados pelo problema. O montante de carga afetado também pode ser desde algumas centenas de Megawatts a muitos milhares de Megawatts. A conjunção desses fatores determinará o grau de impacto da perturbação sobre a sociedade. 
 
Com o objetivo de minimizar as chances de ocorrência de uma perturbação de grande porte, restringir a propagação de um distúrbio e agilizar ao máximo a recomposição das cargas, o ONS mantém um trabalho permanente de observação, análise, diagnóstico e prevenção destes eventos. A análise em pós-operação de grandes perturbações fornece importante insumo para o estabelecimento de medidas preventivas e para o reforço da segurança.

 
 

Indicadores de Desempenho do SIN

Diferentes indicadores são utilizados para aferir a qualidade do suprimento do SIN. 
O ONS desenvolveu um sistema interativo para disponibilização dos seguintes indicadores: 
1.  Número de perturbações ocorridas na Rede Básica
2.  Número de perturbações por tipo de equipamento
3.  Principais causas de perturbações em Linhas de Transmissão da Rede Básica
4.  Incidência de causas sazonais ao longo do ano (Descargas Atmosféricas e Queimadas)


Os seguintes indicadores são calculados mensalmente e publicados no relatório Indicadores de Desempenho do SIN:
1.  Robustez da Rede Básica - RRB (%)
2.  Duração Equivalente de Interrupção de Carga - DREQ (min)
3.  Frequência Equivalente de Interrupção de Carga - FREQ
4.  Energia Não Suprida - ENS (%)

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Boletim de Interrupção do Suprimento de Energia – BISE

Quando ocorre uma perturbação com corte de carga acima de 100 MW por um período de tempo superior a 10 minutos, o ONS analisa o evento em conjunto com os agentes envolvidos e publica o Boletim de Interrupção do Suprimento de Energia – BISE.