CMSE aprova indicação do ONS de aumentar transferência de energia para o Sul

Medidas serão adotadas a partir de sábado, dia 26 de fevereiro, com o objetivo de preservar reservatórios e reduzir custos operacionais


Em reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) nesta quinta-feira, 24 de fevereiro, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) teve aprovadas as recomendações feitas com o objetivo de aumentar o gerenciamento e a preservação dos reservatórios do subsistema Sul. Entre as medidas estão a maximização do intercâmbio de energia, manutenção do acionamento de termelétricas fora da ordem de mérito (priorizando as de menor custo) e a importação de energia de países vizinhos. As ações visam garantir melhores condições de suprimento energético do Sistema Interligado Nacional (SIN). A nova decisão do colegiado entra em vigor a partir de amanhã, dia 26 de fevereiro.

 

Na busca pela melhor gestão dos recursos, o ONS foi autorizado a manter o despacho térmico fora da ordem de mérito nos subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste, caso necessário, e a importar energia da Argentina ou do Uruguai, nos moldes do § 13, do art. 1º da Portaria MME nº 339/2018, sempre com o objetivo de preservar os reservatórios da Região Sul e maximizar o intercâmbio de energia elétrica para esse subsistema, minimizando o custo operacional total do sistema elétrico e considerando as restrições operativas. As termelétricas despachadas pelo Operador tiveram seus limites reduzidos para até 8.000 MWmédios, já acrescidos dos montantes porventura importados, ao invés dos 10.000 MWmédios definidos na reunião anterior. O Custo Variável Unitário (CVU) passou a ser de até R$ 375,66/MWh, contra os R$ 600/MWh anteriormente estipulados. 

 

Ainda nesse processo, em caso de indisponibilidade forçada de usinas termelétricas dos subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste ou situações excepcionais devidamente justificadas, e com vistas à preservação do reservatório equivalente dessa região, há possibilidade de despachar usinas com CVU superior no Sul.

 

Ainda foi recomendada a manutenção da defluência mínima da UHE Porto Primavera, ao longo do mês de março de 2022, no patamar de 3.900m³/s, sendo possível oscilar para valores superiores. No caso da UHE Jupiá, a defluência deverá ser definida em função das vazões incrementais, para atendimento da cota mínima e da defluência da UHE Porto Primavera. Sobre essa medida, aprovada pelo CMSE, constata-se a aderência às diretrizes do Comitê em assegurar condições favoráveis para o atendimento eletroenergético e aos usos múltiplos da água, em consonância às decisões anteriores da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG).

 

Com exceção dos casos de maximização dos recebimentos pelo Sul, nos demais subsistemas (Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte) houve proposta de suspensão das medidas adicionais relacionadas aos despachos termelétricos e à importação como recurso adicional para atendimento aos seus mercados, resultando em menores custos ao consumidor brasileiro. O panorama observado no início deste mês foi de significativa melhora em função das chuvas verificadas, destacadamente nas bacias da região Sudeste/Centro-Oeste, aliadas às políticas de recuperação dos principais reservatórios do SIN.

 

O armazenamento equivalente do SIN alcançou patamar superior às projeções apresentadas anteriormente ao Comitê, com valor de 60,9% em 22 de fevereiro de 2022, representando ganhos na faixa entre 0,4 p.p. (pontos percentuais) e 5,8 p.p. entre o melhor e pior cenário prospectados no mês anterior, respectivamente, para o final de fevereiro.



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