​​CENÁRIOS TRAÇADOS PELO ONS APONTAM MELHORIA NAS AFLUÊNCIAS NO SUDESTE/CENTRO-OESTE, SUL E NORTE DO PAÍS 

Expectativa para o armazenamento do SIN no final do mês de novembro está em torno de 25,4%

   

Os estudos mais recentes realizados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicam melhoria nas afluências das regiões Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Norte do Brasil. A nova avaliação aponta que o início da transição para o período chuvoso ocorreu no tempo correto, em outubro, ao contrário de 2020, quando as chuvas só iniciaram em dezembro. Já reflexo desta melhoria, as bacias hidrográficas localizadas nesses três subsistemas apresentaram aumento do volume de água estocada, com exceção das bacias dos rios Tietê, Paranaíba e Tocantins. Até o fim de novembro, a expectativa é de que a energia armazenada no Sistema Interligado Nacional (SIN) seja de 25,4% do valor máximo armazenável. Este cenário mais otimista foi apresentado, na reunião de novembro do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).

 

As perspectivas de Energia Natural Afluente (ENA) para novembro e dezembro também estão mais favoráveis e registraram aumento no SIN de 11.385 MWmédios, em relação ao cenário previsto na última reunião do CMSE, no mês passado. A avaliação das condições de atendimento até maio de 2022 indicou que, para o cenário de precipitação 2020/2021, o armazenamento do subsistema Sudeste/Centro-Oeste em abril de 2022 deverá estar em 38,4% do máximo armazenável, representando 3,7 p.p. acima do nível verificado em 30 de abril de 2021. Este resultado é 7,7 p.p. superior à projeção apresentada na reunião do CMSE de outubro.

 

A melhoria dos cenários também levou o colegiado que compõe o CMSE a decidir, nesta mesma reunião, pela suspensão do recebimento de ofertas do programa de Resposta Voluntária da Demanda (RVD). De caráter emergencial, essa medida excepcional tinha como finalidade reduzir a demanda de forma a atender os requisitos de potência do SIN e, por conta dos indicadores hidroenergéticos mais positivos, concluiu-se não ser necessária a utilização deste recurso adicional neste momento. No entanto, o mecanismo pode ser novamente reativado até abril de 2022, como definido na Portaria MME nº22/2021, caso novos estudos indiquem esta necessidade.

 

Do conjunto de medidas temporárias adotadas na gestão da crise hídrica, a iniciativa da RVD criou produtos para atender a ponta, período em que você precisa de, por exemplo, 500 MW a mais para garantir que o equilíbrio carga – geração seja mantido. Neste caso, o fornecedor é uma indústria que reduz a sua demanda em um período e pode compensar essa redução em outro momento, resultando em efeito nulo do ponto de vista de energia. Diferentemente da RVD, a oferta adicional agregada por meio de usinas térmicas contribui essencialmente com energia, necessária para atender o país o tempo todo.

 

De uma forma geral, após um ano em que se vem praticando ações excepcionais, o ganho equivalente no armazenamento do Sudeste/Centro-Oeste decorrente dessas medidas foi de cerca de 14% da energia armazenada máxima nesse subsistema, que concentra cerca de 70% dos reservatórios. Os ganhos estimados com as medidas de gestão da crise hidroenergética adotadas podem ser conferidos no gráfico a seguir.

 

O ONS reitera que preza pela isonomia em suas decisões e valoriza a transparência, por isso vem ampliando as divulgações sobre a situação de escassez hídrica, assim como atualizando os cenários. Em nosso site é possível conferir as notas técnicas que embasaram todas as decisões do CMSE, sendo a última publicada do mês de outubro. Em breve, disponibilizaremos a de novembro, refletindo a melhora nas condições de atendimento.